Venda de imóveis no Rio fecha primeiro semestre do ano com queda de 10,7%
O mercado imobiliário do Rio de Janeiro fechou o primeiro semestre de 2022 com queda, que se configurou de formas variadas em cada região da cidade, com apenas 7 bairros figurando como exceções . Em geral, houve no município uma pequena alta de 2,1% no mês de junho nas vendas, em comparação a maio deste ano. Entretanto, o comparativo com junho do ano passado mostrou uma queda de 8,6% nas vendas.
Os dados foram divulgados pela plataforma imobiliária online HomeHub, que analisou a venda de imóveis na cidade ao longo do mês de junho, além de como foram os fechamentos do semestre e as expectativas para o segundo semestre do ano. A plataforma utiliza dados públicos provenientes da arrecadação do Imposto de Transmissão (ITBI), divulgados pela prefeitura por conta das normas de transparência das contas públicas. Não há, assim, margem de erro nos dados analisados, segundo especialistas consultados pelo DIÁRIO, pois a análise não depende de opiniões ou de dados parciais, e sim é feita com todos os números de vendas de imóveis na cidade. Cada vez que um imóvel é vendido, o ITBI sobre a venda é cobrado, ou a venda não pode ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
Ao analisar as regiões separadamente, o destaque positivo foi o desempenho do mercado na Zona Sul e o destaque mais negativo foi na Zona Oeste. A Zona Sul registrou estabilidade nas comparações com 2021, mesmo o ano passado tendo colocado altos níveis de comparação, o que demonstra um ótimo desempenho. A região também apresentou o terceiro mês seguido de alta na média móvel de três meses, chegando às 770 vendas de imóveis por mês. Segundo a Home Hub, é possível que essa movimentação reverta a tendência de queda da média móvel de seis meses a partir do mês que vem, enquanto a média móvel de 12 meses deve permanecer estável na casa dos 800 imóveis vendidos por mês.
Já a Zona Oeste registrou uma queda relevante de 11% em comparação com o mês anterior e 25,4% em comparação com junho de 2021. Os registros de queda seguem também nas comparações do segundo semestre deste ano em relação ao ano passado (27,5%) e do primeiro trimestre de 2022 em comparação com o mesmo período em 2021 (25%). A média móvel que apresentou alta em maio mostra agora um movimento de estabilidade, sem dar um sinal claro da reversão de tendência de queda das médias móveis de seis e de doze meses.
A Zona Norte apresentou uma atuação intermediária, com estabilidade em relação a maio e 13% de queda em relação a junho de 2021. Ao comparar o segundo trimestre e o primeiro semestre com os mesmos períodos de 2021, houve uma queda não tão expressiva quanto na Zona Oeste: 11% e 9%, respectivamente. Assim como a Zona Sul, a Zona Norte apresentou alta na média móvel de três meses pelo terceiro mês seguido, superando a média móvel de seis meses pelo segundo mês seguido. Seguindo esse movimento, a média móvel de seis meses deve apresentar alta a partir do mês que vem, assim como a média móvel de 12 meses deve alcançar uma estabilidade em torno das 345 vendas por mês.
De todos os bairros analisados, só seis bairros apresentaram alta de vendas em relação a 2021, sendo eles: Flamengo, Botafogo, Méier, Copacabana, Leme e Jardim Guanabara. Santa Teresa registrou estabilidade e todos os outros bairros registraram queda na venda de imóveis.
Considerando que a Taxa SELIC saiu de uma média de 2,57% ao ano no 1º semestre de 2021 para 11,14% no 1º semestre deste ano e que o ano de 2021 teve resultados altíssimos, os resultados da Zona Sul e da Zona Norte são bastante positivos mesmo sem apresentarem altas.
Já o segundo semestre pode apresentar altas mesmo reservando grandes acontecimentos como as eleições presidenciais e a Copa do Mundo. “Em 2018, que foi o último ano eleitoral que tivemos, os resultados do segundo semestre tiveram alta de 13% em comparação com o primeiro semestre. Guardadas as diferenças entre 2018 e 2022, onde cada ano tem seus trunfos e dificuldades, é possível que o semestre que se inicia agora apresente um crescimento de mercado entre 15 e 20% em relação ao que acabou de se encerrar”, afirma Fred Judice Araujo, sócio e cofundador da HomeHub.
Fonte: Diário do Rio