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Pandemia acelera a instalação de minimercados em condomínios

Pandemia acelera a instalação de minimercados em condomínios

Se por um lado a pandemia do coronavírus mudou o comportamento do consumidor, por outro obrigou companhias a se reinventarem. Segundo um levantamento feito pela empresa de pesquisa de mercado Opinion Box, no topo dos dez novos hábitos dos brasileiros estão mais cuidados com higiene, seguidos pelas encomendas de pequenos produtores e compras em supermercados online. Diante desses novos costumes, algumas empresas enxergaram, na instalação de minimercados dentro de condomínios residenciais, uma grande oportunidade de negócio.

A Vendify foi uma delas. Especializada na instalação de pequenas lojas de conveniência dentro de escritórios, a startup viu o seu faturamento despencar logo no início da quarentena. “Como 100% das operações estavam dentro de ambientes corporativos, nossa preocupação foi buscar receitas em outros canais para salvar a empresa do impacto econômico causado pelo isolamento social”, afirma Valdemir Araújo, CEO da Vendify. Logo veio a ideia de levar o modelo de negócio para os condomínios residenciais com, no mínimo, 100 apartamentos. “A ideia é ajudar os moradores a cumprirem o distanciamento social com mais comodidade e menos riscos”, diz ele.

Sem qualquer custo para o condomínio, o modelo é pautado no conceito de “honest market”, no qual os consumidores podem comprar produtos em refrigeradores e prateleiras abertas, como nas gôndolas de um supermercado, e depois pagar por meio de self-checkout (autopagamento). Assim, o minimercado pode funcionar 24 horas por dia – sem a necessidade da presença de funcionários. “Nosso modelo de negócio é totalmente aberto e baseado na confiança, pois acreditamos que a simplicidade não precisa de travas e fechaduras”, afirma Araújo. A startup opera com 55 lojas na cidade de São Paulo e pretende, até o final do ano que vem, inaugurar um modelo de franquia e alcançar 300 lojas instaladas.

Dos carros para os condomínios
Assim como a Vendify, a Numenu teve que se reinventar para sobreviver. Até o início da pandemia, o negócio da empresa era viabilizar a venda de balas, gomas, biscoitos e chocolates em carros de aplicativo. Quando a pandemia começou, ela percebeu o quanto seria impactada e resolveu aproveitar o relacionamento que mantinha com indústrias de bens de consumo como Coca-Cola, Heineken, Unilever e Pepsico para testar a instalação de lojas de conveniência em condomínios a partir de 80 unidades. “A pandemia quebrou nosso primeiro modelo de negócios, mas nos deu a oportunidade de lançar o segundo”, diz Sebastian Lucca Netto, CEO e fundador da Numenu.

O modelo de negócio é bem parecido com o da Vendify. A diferença é que os produtos – de chocolates a amaciantes – são escolhidos e pagos via aplicativo. O morador só desce no hall para retirar as compras, que ficam em gôndolas abertas. O sistema avisa o melhor momento para reabastecer a estação e seleciona os itens com base no comportamento de venda de cada condomínio. Em três meses de operação, a Numenu está disponível em 40 condomínios e pretende expandir em breve para outras regiões por meio de franquias. “Já vendemos para mais de 8.000 usuários únicos, mas nos condomínios em que atuamos temos mais de 20.000 clientes em potencial”, afirma Netto.

Supermercado em casa
Além da instalação de minimercados, os moradores de condomínios também vêm contando com facilidades como assinaturas de produtos orgânicos e vans da Swift, marca de carne bovina do grupo JBS que opera em alguns prédios com data e hora marcada. Desde julho, moradores de 40 condomínios da cidade de São Paulo também vêm testando o novo conceito de loja da varejista Hirota. Dentro de contêineres adaptados, a rede oferece centenas de produtos, desde frutas e verdura a produtos de limpeza e beleza.

Voltada a condomínios das classes A, B e C com mais de 300 apartamentos, as lojas são totalmente automatizadas. Depois de baixar o app da rede, o cliente tem acesso ao mercado por meio de QR Code. Aí é só selecionar os produtos e pagar por meio de self-checkout. “As etiquetas de preço são digitais e controladas em nossa Central de Tecnologia. Não existe o atendimento humano”, diz Hélio Freddi, gerente-geral do Hirota Food Express.

Entre as categorias mais vendidas pelos novos minimercados estão cervejas, refrigerantes, sorvetes, chocolates e refeições prontas. Afinal, conveniência e comodidade são a alma do negócio.

 

Fonte: Exame.com

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