FII ou Imóveis físicos: o que é mais rentável?
No mercado imobiliário, uma questão ainda levanta muitas dúvidas, que é investir em imóveis físicos ou no FII? Para esclarecer melhor o assunto, consultamos o advogado imobiliário Leandro Souza. “A primeira opção é simples: o ato de adquirir um local para a locação. Já no FII, que é o fundo de investimento imobiliário, não é necessário comprar um imóvel físico, mas sim entrar em um grupo de investidores que unem recursos para a aplicação em construções visando o lucro posteriormente com arrendamentos ou locações.”
Qual é mais rentável?
Para Souza, normalmente é mais simples, lucrativo e prático investir em fundos imobiliários, pois em quase todos os aspectos ele pode ser mais rentável, seguro e versátil. “Comprar um patrimônio físico como investimento muitas vezes só é recomendado se você é um especialista no assunto e tem bastante tempo para análise de todos os detalhes e riscos de cada empreendimento. Ainda assim, como comprador de imóvel para investimento, você terá que arcar com custos extras, como manutenção e burocracia”, aponta o profissional.
“Tenha certeza de que existem mais riscos em perder dinheiro comprando uma unidade do que investindo em FIIs. Essa é uma realidade, sendo a melhor opção para quem busca retorno e segurança no mercado imobiliário”, completa Souza. Mas apesar do fundo de investimento ser a melhor opção, o profissional ressalta que existem vantagens e desvantagens nessa operação. De acordo com Leandro, uma das principais vantagens é conseguir começar a investir com um valor baixo.
“Não precisa gastar fortunas para aplicar em imóveis físicos, basta apenas se planejar para construir uma participação cada vez maior no fundo ou nos fundos dos quais participa. Outro fator que precisa ser destacado é a diversificação. Este tipo de investimento oferece a segurança necessária para balancear os riscos da carteira de investimentos e obter ganhos em diferentes cenários apresentados pelo mercado, além de destacar a isenção de Imposto de Renda para os rendimentos.”
O profissional ainda aponta a possibilidade de reinvestimento dos rendimentos mensais como outro ponto vantajoso do FII. Segundo ele, é possível gerar juros compostos, além de entrar em grandes projetos imobiliários e se tornar um cotista de fundos. “Também existem pontos negativos, como a dependência da eficiência da gestão. Diferentemente do que acontece com o mercado de ações, não é você quem escolhe os ativos nos quais o seu dinheiro será investido, mas sim o gestor do fundo, o que pode trazer resultados ou não. Outro ponto negativo é o investimento em um único setor que pode sofrer variações”, alerta.
Também existem vantagens e desvantagens na aquisição de imóveis físicos, mas o investimento perfeito não existe. Tudo depende do perfil do investidor e do modelo de gestão. “Uma das vantagens de investir em imóvel físico é a segurança. Justamente por ser um patrimônio físico, supõe-se que seja menos arriscado. A construção de patrimônios é outra vantagem, pois pode garantir o futuro dos herdeiros. Além disso, existe a garantia de ter algo físico em seu nome. Porém, um dos principais aspectos negativos desse investimento é a baixa liquidez”, destaca.
Para investir, seja qual for a opção escolhida, alguns cuidados devem ser tomados antes. Em caso de aquisição de imóveis físicos, deve-se ter atenção com a expectativa de liquidez. Se o imóvel não for ocupado por um inquilino e a venda demorar, será preciso arcar com todos os gastos referentes ao imóvel. Já nos fundos imobiliários, deve-se ter cuidado e atenção aos valores de corretagem e o pagamento de tarifas para cada investimento.
“A escolha do melhor investimento no ramo imobiliário, portanto, depende do seu perfil de investidor e dos seus objetivos — além, claro, de uma análise de cada opção. Para quem deseja se expor ao mercado, mas não tem capital suficiente para comprar um imóvel, os FIIs podem ser uma boa opção. O mesmo vale para quem não deseja gastar um valor tão elevado em um único bem e busca por diversificação na renda variável”, finaliza o profissional.
Fonte: Estadao